quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ser brunhosense...

Brunhoso, terna saudade
Para quem nasceu de ti;
Velhinho sem ter idade,
Sempre novo te senti.

Vejo do Alto da Cruz
Teu casario espraiado;
Em cada alma uma luz,
Em cada casa seu fado.

Debruçada sobre o povo,
Em encosta soalheira,
Bairro velho, bairro novo,
Ó Quinta da Carvalheira.

Da colina da Malhada
Até ao fim do Fundão
És uma terra sagrada,
Lavrada p’lo coração.

Ajuntadouro de gente,
Discussões e reboliço;
Todo o mundo está contente,
As cenas são no Toutiço.

Cantarinha na cabeça,
Em tempos que já lá vão,
Eu via as moças subirem
A ladeira do Balcão.

Já foste Rua dos Paus,
Hoje és Rua dos Moredos;
Não me escondas, não são maus,
Da minha infância os segredos.

Trás da Rua da Canelha
Mora rua verdadeira;
A árvore morreu de velha,
A Rua é da Oliveira.

Em cada filho um amigo,
- A tantos causas inveja...
Se quiseres casar comigo
Prometo levar-te à Igreja.

Teus braços em cruz ‘stendeste,
Quiseste fazer mistério,
Um braço da cruz puseste
No Bairro do Cemitério.

De ti estou orgulhoso
A tua alma é a minha; ,
Hei-de cantar-te, Brunhoso,
Da Faceira à Fontaínha.

O teu ar é alimento,
O teu desenho uma cruz,
Teu destino é sofrimento
A fazer lembrar Jesus.

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