quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

guerra justa

Hoje Barak Obama, no discurso de agradecimento pelo prémio Nobel da paz defendeu (ironia das ironias) a guerra justa. O conceito de ‘guerra justa’ tem raízes medievais e foi defendida, juntamente com a teoria do ‘tiranicídio’ (é legítimo liquidar o ditador) pela igreja de Roma. É, a meu ver, uma teoria perigosa e completamente injustificável e, no limite, pode levar-nos à conclusão de que toda a guerra é justificável, portanto legítima. É que, nesta lógica, pode ser justa a guerra da Alcaida (para os que a fazem é-o de tal forma que até lhe chamam ‘santa’). Porque a justiça é, como a verdade, um conceito subjectivo.
Não me custaria aceitar o conceito de ‘defesa justa’, desde que ele não implicasse a teoria de que a melhor defesa é o ataque que, bem vistas as coisas, tem sido o argumento que os americanos têm dado para todas as intervenções em países cujos regimes não lhes convêm, sejam eles próximos (Chile do Allende)ou afastados (Iraque).

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