terça-feira, 12 de maio de 2009

Re(viver)lembrar o passado.Cumprir o ritual, este ano organizado pelo Arménio em Bragança. A 8, sexta, o trajecto é um passeio: CREL,A1,A23,A25,A24,IP4. Paragem breve à beira da estrada em Bornes para comprar as genuinas cerejas à moça campesina que, enquanto, vai cuidando das 3 sobrinhitas com os pais na emigração. À noite o apetecido jantar no Solar Bragançano, com a Aninhas a servir-nos a indispensável sopa de castanhas, o naco que só não é posta por causa do tamanho e a apetitosa novidade do caldo de cerejas.A pousada, para além de acolhedora e repousante, oferece uma vista panorâmica da cidade.Cumpre-se, depois, o programa: primeiro encontro na velha Escola agora transformada na Casa do Professor, missa na Sé (Velha) com o padre Sobrinho a abençoar-nos religiosamente, visita (bem)guiada ao novo Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (a pintora com quem a Margarida pôde ter, como tanto ansiava, um bate-papo) e à exposição itinerante de pintura “Arte partilhada do Millennium BCP” com belos exemplares de Almada Negreiros, Cargaleiro, Carlos Botelho, Columbano, Graça Morais, Júlio Resende, Malhoa, Menez, Nadir Afonso, Noronha da Costa, Paula Rego, Pomar, Silva Porto, Souza-Cardoso e outros.Encontro final ao almoço na bela quinta do anfitrião, pretexto para (re)lembrar o passado, a sua razão de ser, sem discursos e com muitos «naquele tempo...». Os versos de Junqueiro «Ai, há quanto tempo eu parti chorando...» serviram de mote ao registo :
52º Encontro da Saudade (Bragança, 9-05-09]

Foi há muitos anos que aqui começou
Um percurso lindo que seguiu depois;
Que tempo foi esse que assim nos marcou?
Foi há tantos anos...há 52.

Lembranças antigas, são recordações
De tempos passados, difíceis, direis...
Jovens sonhadores, cheios de ilusões
Quando começámos em 56.

Dois anos fugazes que duraram tanto,
Com final feliz...futuro promete;
Vaidade, canudo, liberdade, encanto,
Quando terminámos em 57.

Lealdade e ajuda era o catecismo,
Culto do valor que é a amizade,
Que bons esses tempos de companheirismo,
De que hoje temos tão terna saudade.

Terminado o curso felizes, contentes,
Por terras diversas andámos, então;
Educámos jovens, ensinámos gentes,
Sentimos orgulho da nobre missão.

Sair motivados, heróis do futuro,
Em frente, valentes, que a luta é o lema;
Trabalho apurado, êxito seguro;
Das lutas da vida fizémos poema.

Passaram os anos; a vida é lutar,
Vitórias, derrotas, bem que o sabemos;
Hoje aqui estamos para recordar
Os tempos felizes que aqui vivemos.

Tempo de balanço...o que há no «haver»?
Com orgulho e amor cidadãos formámos,
Jovens e adultos fizémos crescer,
Tributo à Escola que sempre honrámos.

Nossas ferramentas? As de quem ensina:
O ponteiro, o livro, ao ombro a sacola;
Seremos vaidosos? Foi a nossa sina,
Fizémos história. Viva a nossa Escola.

Foi há tantos anos que aqui começou
O nosso percurso! Continuou depois;
Que tempo tão belo! Como nos marcou!
Foi há quantos anos? Há 52.