«Amália». É um filme com texto vulgar mas bem realizado e muito bem sonorizado. Não sei qual o critério da escolha dos fados, todavia não consta o que, para mim, é dos mais belos. A letra foi escrita pelo poeta António de Sousa Freitas e musicada pelo Alfredo Duarte (Marceneiro) e faz parte do célebre CD do busto:
Na rua do silêncio
é tudo mais ausente,
até foge o luar
e até a vida é pranto.
Não há juras de amor,
não há quem nos lamente
e o sol quando lá vai
é p'ra deitar quebranto.
Na rua do silêncio
o fado é mais sombrio
e as sombras duma flor
não cabem lá também.
A rua tem destino
e o seu destino frio
não tem sentido algum,
não passa lá ninguém.
Na rua do silêncio
as portas estão fechadas
e até o sonho cai
sem fé e sem ternura.
Na rua do silêncio
há lágrimas cansadas.
Na rua do silêncio
é sempre noite escura.
Sem comentários:
Enviar um comentário